sábado, 21 de novembro de 2009

Um dia vão ser memórias

Eu sinto que sim. Que um dia irei pegar na tua mão e iremos ser felizes. Voaremos juntos, vamos ver as estrelas e o Mundo!
Sentir o teu corpo junto ao meu. Quero passear, rir, brincar contigo. Só contigo. Apenas contigo e mais ninguém.
Deixa-me sentir o teu corpo, dá-me um beijo teu, quero um abraço, vou sentir as tuas palavras no meu coração, ouvir o teu intimo, saber que nada nos volta a afastar e dizer que te amo. Sim, que te amo! Tu sabes. Eu nasci contigo, morri e renasci a teu lado. Sorri, sofri, lutei, chorei, fui e voltei, beijei, senti, abracei, vivi, cresci, perdi, errei, perdoei e perdoei, amei-te e continuo a amar-te.
Deixa-me ver-te velho e vê as minhas feições rugosas ao olhar para ti e sorrir. Deixa-me que te pegue pela mão envelhecida pelo tempo, macia e enrugada pelo passar dos anos. Tu olharás para mim e dirás que lutaste para estar ali, comigo. E eu, já tão velha como tu, vou continuar a dizer que te amo.
Deixo-me envolver nos teus braços despidos e adormeço. Entro no meu mundo de fantasia e ali estamos nós: juntos, velhos, felizes, a olhar para as fotografias, a reler cartas que outrora escrevemos, a recordar momentos da nossa terna juventude.
Tu tens uma lágrima no rosto. «porquê?» pergunto-te eu. Oiço a tua voz velha e rouca «tenho medo de partir e de te deixar a chorar» então eu sorriu para ti, olho-te nos olhos, pego na tua mão e a beijo subtilmente «descansa. Já a muito tempo partiste e eu chorei. Sofri e chorei. Mas voltaste e conquistaste-me como da primeira vez. É verdade que, um dia, um de nós partirá e quando esse dia chegar, meu amor, esperaremos mais um pouco, só mais um pouco, até que Deus nos volte a juntar. Nunca será um adeus mas sim e até breve»
Vejo a felicidade no teu olhar, sinto as tuas mãos nas minhas e oiço e teu «amo-te» no coração.
Parei. Acordei. E ali estás tu. De olhos fechados, embrulhado nos lençóis e com a cabeça no meu ombro. Acaricio-te e tu sorris para mim cm aquela tua feição doce e selvagem contrastando a lua cheia. Suspiro. Beijas-me cuidadosamente na boca e adormecemos novamente os dois até ao amanhecer.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Passos da Vida

Hoje dei-me conta que nem tudo é como eu penso. Nem tudo é como eu gosto. Nem tudo é como eu quero. Nada está a favor de nada. Dei-me conta de que, a própria vida, dá voltas à vida e nos trama. De um momento para o outro tudo mudou! Tanta coisa foi, tanta outra veio. Eu permaneci. Dei as voltas em mim mesma e permaneci. Dou por mim a pensar em como seria se tivesse feito tudo de outra maneira... Seria realmente feliz? Será que os tinha do meu lado? Será que o tinha do meu lado? Ou era apenas mais um individuo pelo qual passei vezes e vezes sem conta e cujos olhares eram cúmplices de pecado? Estaria onde estou agora? Teria o que tenho hoje? Por outro lado... não me arrependo de nada do que fiz, sei que se nunca tivesse errado, se nunca tivesse arriscado, se nunca tivesse amado, se não tivesse ido a luta, se não tivesse caído, se não tivesse chorado, se não me tivesse magoado, então não seria quem sou hoje e agora. Não seria EU. Talvez fosse mais uma das bonecas de plástico nas mãos de uma sociedade corrupta e corrompida.
Sei que quero viver muito... mas já nada é como era. Recuperei muita coisa mas muita outra é irrecuperável e num vai-vem da vida tudo continua em mudança: Eles acham que a vida ainda não me deu nada e que ainda sou aquele pequeno ser que brinca como se não houvesse amanha. Ele continua longe e eu choro todas as noites para que me volte a beijar... Só mais um beijo que seja. Elas continuam a achar que sabem o que é melhor para mim. Aqueles continuam a achar que são o melhor para mim... Mas afinal o que é melhor para quem!? O que é melhor para quê!? E porquê!? Sim!, porquê? Que vida é esta que nos deixa na estrada quando precisamos de boleia? Será que é a vida que nos castiga? Ou somos nós e a nossa hipócrita que castigamos a vida? Tudo na vida devia ter uma finalidade... Será que tem? Todos procuramos o mesmo: um sentido prático para a vida. Uma orientação que nos conduza à realidade da felicidade. O que mais custa é encontrar e manter. Por agora, vou amar, arriscar, lutar, vencer, obter, perder, errar, chorar, rir mas vou manter sempre a cabeça erguida pois se caí ontem e hoje, amanhã também irei cair mas terei uma corda que me puxe novamente para cima e voltarei a fazer tudo de novo.