terça-feira, 9 de novembro de 2010

TUDO O QUE FOMOS

Era um dia como qualquer outro mas aquela rapariga voltou a chamar-me à atenção.
Já havia achado estranho a maneira como ela andava e pensava "coitada...". É uma rapariga que está sempre sozinha. Pouco sorridente. Cabiz baixo. Muito bonita, mesmo!
Na sexta-feira quando passei por ela, imediatamente me desviou o olhar. Achei que não queria um sorriso naquele dia. Segui em frente e nem nunca mais me lembrei de tal personagem.
Mas hoje, hoje olhei-lhe nos olhos e vi algo que mudou o meu dia. Vi uma alma cheia de sonhos, um olhar triste, solidão, falta de algo.
Desde então, não páro de pensar nela.
Identifiquei-me.
Todos nós já fomos aquela rapariga.
Todos nós já tivemos os nossos sonhos.
Já todos nós fomos julgados pela sociedade de merda na qual vivemos.
Já todos nós nos sentimos tristes e não tivemos um ombro amigo.
Todos nós fomos rejeitados...
Ao fim ao cabo, somos todos iguais... Apenas alguns têm uma carapaça mais rija que outros.
Todos nós somos aquela rapariga.
E foi isso que me fez chorar.
Lembrei-me de como era... E muitas vezes o é.

Já fui aquela rapariga.


Amanhã quando a vir naquele canto resguardada e sozinha, vou ter com ela e mostro-lhe que há razões para acreditar que o sonho não morre, que lutar, mesmo que sozinha, leva a sítios onde mais ninguém pode ir. Pois até mesmo os grandes poetas da literatura eram pessoas solitárias... mas GRANDES e ETERNOS!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

a isto chama-se "sobreviver ao outro dia"

MENTIROSOS, GANANCIOSOS, DESUMANOS!!
Quem vos ensinou a ser assim?!

Deram-vos tudo... TUDO! O que falhou?!

Tinhamos tudo para viver num paraíso no qual houvesse amor, paz, carinho, amizade...

E vocês, filhos da ganancia, tiraram-nos a felicidade e o pão da mesa!

Agora vivemos num mundo onde há desigualdade, indiferença, inveja!!

Onde uma nota de 50 vale mais que um sorriso de uma criança!

"Dinheiro", dizem eles...

Foi a maior merda criada até agora que só gerou guerra e mortes!

ABAIXO AS RIVALIDADES!
ABAIXO AS GUERRAS!
ABAIXO AS INDIFERENÇAS!
FAÇAM ALGO PRODUCTIVO!!





Deixem-me.

Deixem-me viver a minha revolta!!

Não se preocupem...

"É próprio da idade".

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Não só mas só.

Por muito que amemos as pessoas, elas vão sempre desiludir-nos... A raça humana é assim.
Também me aconteceu com outras pessoas que eu amava, a quem entregava a minha vida e no final, depois de me falharem, agi de cara alegre. A vida é curta de mais para dar importância a pontas soltas.

Não lamento por mim, lamento por eles.
Jamais saberão saborear um sorriso.
Jamais saberão saborear um beijo.
Jamais saberão saborear um abraço.
Jamais amarão um olhar nu e humilde.
Jamais sentirão o frio passar pelo sangue num dia de inverno.

Há pessoas únicas.
Sentem o que muitos não sentem, vêm o que muitos não vêem, vivem a vida de outra maneira, olham o mundo e vêem que nada está bem, são sensíveis e sinceros, humildes e honestos.

Vivemos num mundo cruel.
Tão cruel que trocam crianças a troco de prazeres; abusam delas, da sua inocência, da sua pureza. Roubam-lhes os sorrisos, roubam-lhes a infância... A troco de prazeres.
Um mundo tão cruel onde vendem mulheres como objectos. Tocam-lhes, matam-nas, escravizam-nas... A troco de prazeres.
Mundo este que coloca jovens nas ruas em tal estado que os próprios deixam de ter um futuro, deixam de ter amor, deixam de ser quem são.
Este mundo que nos impinge modas, pesos, medidas... e mata!
É um mundo onde a verdade e a justiça não se juntam; no qual os inocentes são condenados e os criminosos ilibados.

Não lamento por mim, lamento por eles.
Não sabem como é, já esqueceram.
Não há heróis.
Não há amor.
Não há paixão.
Não há amizade.
Não há carinho.
Não há bem sem o mal.
Não há nada... nem há tudo.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A princípio não quis abrir a janela e sentir aquele frio gelado nas minhas veias.
Queria estar sozinha, respirar o ar do meu mundo e fingir que era só eu, apenas eu, nada mais que um simples 'eu'. Abri o cofre onde guardo as cartas de um amor falhado e separado pela distância, reli os gestos das fotos da minha infância, voltei a olhar para olhares que nunca mais serão contemplados, bebi a ultima gota da garrafa de cerveja sem sabor. É o meu mundo, oh, se é... À medida que ia massajando os sentimentos,comecei a sentir as tão indesejadas lágrimas correrem-me pelo rosto; fui-me abaixo e senti que estava na altura de abrir a janela para que o vento as secasse. Então assim fiz. Lentamente, muito lentamente, fui afastando as recordações da minha beira e dando uma ultima olhadela por aqueles pedaços de sentimentos e, de seguida, levantando. Fixei a janela com as suas persianas escuras onde o sol tentava trespassar, a roldana pouco gasta e envolvida em teias de aranha e pó e fui-me aproximando. Confesso que a ideia de sair do meu mundo me assustou profundamente mas tinha que o fazer. Comecei, então, a puxar aquela roldana velha que chiava de quase nunca ter sido usada. À medida que o fazia, ia sentido uma brisa leve e fresca que me refrescava a mente, o corpo, os pensamentos. Fui puxando e puxando e puxando e puxando. Comecei a avistar uma luz forte, amarela, que me cegava os olhos... Mas não me fiquei. Puxei, puxei e puxei e puxei. Já estava quase no fim e passei os olhos pelo que estava para lá daquela horrível persiana: era outro mundo, outro pedaço de terra onde as pessoas traziam uma máscara e escondiam o que eram. Para quê? Bem, não sabia o que me esperava mas havia algo que me puxava e nem hesitei um segundo que fosse. Saltei para lá da janela e fui à descoberta daquele mundo. O que eu vi? Um mundo onde há ódio, dor, raiva, sofrimento, fome, podridão, tristeza, guerra, falsidade, mentiras, armas, injustiça, violência, mortes, esquecimento, pouco amor, glamour, dinheiro, álcool, drogas, sexo, felicidade, alegria, contentamento em descontentamento. Vi pessoas fingirem algo que não são, vi pessoas chorarem por debaixo das suas máscaras, vi amores juntos e amores separados, vi reino levantar-se contra reino, vi castelos desmoronados, vi crianças morrerem sem amor, à fome, esmagadas e sufocadas pela dor, vi as lágrimas dos heróis da guerra ao matarem alguém, vi pessoas e enganarem pessoas, vi dor no olhar dos felizes e riqueza no olhar dos infelizes. Escondi-me para que não me vissem mas, no mesmo esconderijo onde eu estava, comigo estavam lá milhões, milhares que se escondiam tal como eu, fugitivos de um mundo cruel onde os sentimentos são mastigados juntos. Ouvi as suas experiências, histórias, pensamentos, ideias e, tal como eu, eram pessoas que trajavam de máscaras leves e fáceis de descartar. Senti-me em casa.
Assim passaram três segundos, cinco minutos, oito horas,
doze meses, dezasseis anos de uma vida. E é mais um dia. Levantar, lavar, vestir, comer, colocar a máscara, sair, lutar e SOBREVIVER AO OUTRO DIA.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Hoje foi o dia em que te disse adeus.
Adeus a tudo o que vivemos.
Adeus aos beijos, à saudade, à vontade, à tristeza.
Adeus a todos os momentos de amargura e eterna alegria, momentos refrescantes e profundo aconchego.
Adeus a horas gloriosas e conflituosas.
Adeus a um amor que acabou por acabar...
Sim.
Agora ficam as lembranças, as más e boas coisas, a tua imagem na minha cabeça, os teus olhos e os teus lábios entregues aos meus como que numa dança romântica.
É triste, sim, é triste.
A distância matou todos os nossos sonhos, ambições. Ela é a assassina dos nossos corações.
Mas nunca te esqueças que serei sempre a tua sereia e tu serás sempre o meu eterno patife (L)