Era um dia como qualquer outro mas aquela rapariga voltou a chamar-me à atenção.
Já havia achado estranho a maneira como ela andava e pensava "coitada...". É uma rapariga que está sempre sozinha. Pouco sorridente. Cabiz baixo. Muito bonita, mesmo!
Na sexta-feira quando passei por ela, imediatamente me desviou o olhar. Achei que não queria um sorriso naquele dia. Segui em frente e nem nunca mais me lembrei de tal personagem.
Mas hoje, hoje olhei-lhe nos olhos e vi algo que mudou o meu dia. Vi uma alma cheia de sonhos, um olhar triste, solidão, falta de algo.
Desde então, não páro de pensar nela.
Identifiquei-me.
Todos nós já fomos aquela rapariga.
Todos nós já tivemos os nossos sonhos.
Já todos nós fomos julgados pela sociedade de merda na qual vivemos.
Já todos nós nos sentimos tristes e não tivemos um ombro amigo.
Todos nós fomos rejeitados...
Ao fim ao cabo, somos todos iguais... Apenas alguns têm uma carapaça mais rija que outros.
Todos nós somos aquela rapariga.
E foi isso que me fez chorar.
Lembrei-me de como era... E muitas vezes o é.
Já fui aquela rapariga.
Amanhã quando a vir naquele canto resguardada e sozinha, vou ter com ela e mostro-lhe que há razões para acreditar que o sonho não morre, que lutar, mesmo que sozinha, leva a sítios onde mais ninguém pode ir. Pois até mesmo os grandes poetas da literatura eram pessoas solitárias... mas GRANDES e ETERNOS!
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Sonhar é viver..podemos até nem concretizar todos os nossos sonhos, mas o simples facto d os construirmos já nos dá prazer..
ResponderEliminarSomos seres humanos, nem sempre estamos bem, nem sempre queremos ou gostamos..iisso é que nos torna tao especiais..
Gostei muito da tua reflexao..
vou seguir;)